sábado, 2 de fevereiro de 2008

Importante autoridade da Igreja Católica acredita na existência dos discos voadores e defende seu estudo

Monsenhor Corrado Balducci é um religioso diferente. Amigo íntimo do papa João Paulo II, respeitado e admirado em todo o mundo católico e noutras searas, recentemente causou grande agitação no meio ufológico com declarações que arrepiaram a ala conservadora da Igreja. Entre outras coisas, Balducci admitiu num congresso de Ufologia que é "real a possibilidade de que outras criaturas inteligentes vivam na imensidão do espaço". Para ele, tal existência seria um sinal inequívoco da glória de Deus. Até aqui tudo bem - para nós, ufólogos. Mas, um monsenhor fazer tal afirmação é no mínimo uma revolução. Com suas afirmações, o teólogo coloca ainda mais em evidência um assunto que há anos é debatido por alguns grupos de pessoas e ignorado por outros tantos. Talvez as opiniões de Balducci não fossem levadas tão a sério se não fosse ele uma das personalidades mais próximas ao papa. "A Bíblia não se refere diretamente a extraterrestres, mas também não os exclui. A realidade dos UFOs é muito provável no infinito mistério da criação", explicou o religioso, escancarando um tema que sempre foi mantido a sete chaves pelos governos da Terra e pelo próprio Vaticano. Mas sua intervenção na Ufologia não é a única atividade bizarra que realiza - Balducci é considerado o exorcista oficial da Santa Sé. Sua confirmação da existência dos UFOs durante o Simpósio Mundial de Ufologia de San Marino, na Itália, ocorrido em maio deste ano, foi uma peculiaridade a mais em seu currículo [Do Brasil participou do evento o conferencista e editor de UFO, A. J. Gevaerd]. "Monsenhor Balducci é um homem sincero e culto, que não poderia ficar alheio à questão dos discos voadores," disse Roberto Pinotti, organizador do Simpósio, ao apresentar o teólogo à platéia de San Marino. Por sua vez, em sua concorrida palestra - provavelmente a primeira de uma autoridade católica em todo o mundo -, o monsenhor fez questão de dizer que não é o único a pensar dessa forma no Vaticano. "Os religiosos também são abertos a este tema e muitos deles tiveram experiências com objetos não identificados," disse, mostrando uma posição que afirmou ser pessoal e não oficial da Igreja. "A vida fora da Terra é evidente e sua existência não pode ser ignorada," arrematou. Mas o padre vai mais longe ao criticar as pessoas que não acreditam no fenômeno, fazendo referência ao grande número de contatos e de testemunhos que há em todo o mundo - inclusive de católicos. Ele respeita o empenho de pesquisadores em desvendar o enigma dos UFOs, mas deixa claro que o Vaticano ainda não se envolverá com a questão. A estrutura da Igreja tem recebido muitas informações sobre observações de extraterrestres e suas relações com humanos, tanto que, em outubro de 1998, a Igreja divulgou uma nota em que informava estar prestes a construir um dos maiores e mais bem equipados observatórios astronômicos da Terra, no deserto do Arizona (EUA). O objetivo será o de contribuir na busca de planetas capazes de sustentar algum tipo de vida. O diretor do futuro centro de pesquisas, frei George Coyne, disse à época que "a Igreja tem que participar desse esforço científico internacional de procura de vida no espaço." Balducci concorda e enfatiza a posição de sua congregação. "Não podemos ficar alheios à estas descobertas, que têm grande significado para a Humanidade!" Na verdade, a Santa Sé conhece a realidade dos UFOs há vários séculos. A Enciclopédia Católica, editada pelo Vaticano e porta-voz do pensamento oficial da Igreja de Roma, trata deste assunto no capítulo intitulado Habitacional dos Mundos. O texto diz que a doutrina apostólica não afirma nada explicitamente sobre a existência dos UFOs, mas esclarece que se um dia a Ciência conseguir provar que em outros planetas ou estrelas existem seres racionais como os humanos, serão todos obras divinas. E ainda afirma que "a Filosofia explicará a origem destes homens do mesmo modo que elucidou a nossa, recorrendo ao argumento da causalidade que postula o Ser Criador. E a Teologia nos convidará a glorificar a grandeza, bondade e prodigalidade infinita de Deus." Há mais de 75 anos, no entanto, os UFOs já eram assunto de discussão de influentes sacerdotes da Igreja Católica. O padre Secchi, que era astrônomo da chamada Companhia de Jesus, e o padre Montsabré, à época um pregador dominicano de grande influência em Roma, admitiram a possibilidade da existência de criaturas racionais em outros mundos - mas de forma bem mais comedida que Balducci. Afirmavam a existência de seres extraterrestres acrescentando a suposição de que estes também seriam pecadores. Assim, mostravam que seria possível que Deus tivesse estendido a eles, como para nós, os méritos de Cristo. Dessa modo, não confirmavam totalmente o Fenômeno UFO e nem o negavam… Sem meias palavras, um importante decano da Faculdade de Teologia da Universidade Católica da América, em Washington (EUA), pronunciou-se a respeito do assunto em 1952. Era o padre Francis Connel, que acreditava na vida extraterrestre. "Não há nada de contrário à fé admitir que existam criaturas racionais em outros corpos celestes. Os estudiosos não podem estabelecer um limite para a onipotência de Deus", disse ele à época, citando o documento Dieu Créator, minuciosamente erigido pelo teólogo George van Noort. Mas suas declarações não foram levadas muito à sério. Pelo menos, não tanto quanto as de Balducci, que goza de prestígio incomum junto à cúpula católica - e em especial o próprio papa. "É hora de se derrubarem certos dogmas e de se falar abertamente," declarou. Somente em sua versão do ano passado, entretanto, é que o Dicionário do Vaticano fez referência aos objetos voadores não identificados, traduzindo-os com a expressão "res inexplicata volans". Já a Bíblia menciona intrigantes passagens sobre a vida de certos profetas e importantes mensagens em que, entre outras coisas, há descrições de observações de UFOs. O arrebatamento de Enoque, a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra e até a ressurreição de Jesus Cristo tem interpretação ufológica. Uma das passagens bíblicas que melhor expressam a existência do Fenômeno UFO, entretanto, é aquela que mostra que Deus é Pai de outras civilizações espalhadas pela imensidão cósmica: "A casa de meu Pai tem muitas moradas." Como não considerar polêmico e curioso um trecho dessa importância escrito na Bíblia? Isso sem se falar nas constantes aparições da Virgem Maria ainda nos dias de hoje, que muitos ufólogos bem informados - e alguns teólogos também - crêem ser uma manifestação ufológica. E não é só a Escritura que deixa os pesquisadores intrigados: o período renascentista também gerou inúmeras perguntas através de pinturas que simbolizam passagens bíblicas. O quadro Anunciação é um exemplo. Ele retrata a concepção de Jesus Cristo de maneira bastante intrigante, pois mostra um raio de luz direcionado para a Virgem Maria [Veja em UFO 65]. Há outros escritos históricos, tão ou mais antigos que a Bíblia, que também contêm intrigantes descrições de acontecimentos ufológicos. O texto hindu Mahabarata, por exemplo, descreve discos voadores observados na Índia há 4.000 anos atrás. Porém, como uma das mais antigas e tradicionais religiões do planeta, a Igreja Católica é a que mais tem a esconder sobre o tema. Talvez, a partir de agora, esse quadro comece a mudar… Além de Balducci, outro importante teólogo do Vaticano que defende a realidade alienígena é o padre Piero Coda. Ele declarou que, se existirem seres inteligentes e livres no Universo, eles Ufólogos mais ortodoxos e cientistas contestam a informação, masmuitos canalizadores afirmam receber mensagens de marcianos Desde os primórdios de nossa civilização, entre todos os planetas, Marte sempre foi o que mais fascinou o homem. Sua ardente tonalidade vermelho-alaranjada torna-o identificável no céu noturno. Embora muito menor que a Terra, Marte apresenta muitas semelhanças com o nosso planeta: tem estações e o seu dia dura pouco mais de 24 horas. Há também uma atmosfera, embora muito leve, e calotas de gelo nos pólos. As temperaturas, sempre baixas em relação à Terra, variam gradualmente por todo o planeta. Ao meio dia no verão, chegam a alcançar 10° C durante algum tempo. No inverno, nos pólos, as temperaturas vão abaixo de 140° C negativos. O solo é macio e tem uma leve cor de laranja. Há rochas de muitas formas e dimensões que juncam a paisagem até ao horizonte. A maior parte dessas rochas encontra-se corroída e parece porosa, provavelmente devido à expulsão de gás em conseqüência do aquecimento durante sua formação, ou da erosão do vento. Mas Marte é muito mais que tudo isso. O planeta pode ter tido significativa influência sobre nossa civilização terrestre. Não é à toa que até cientistas da NASA já admitem que as pirâmides encontradas em sua superfície, na chamada Planície Cydonia, são efetivamente legítimas e indicam que já foi habitado. Neste artigo, vamos abordar Marte sob o ponto de vista mitológico, científico, ficção, espírita e holístico. arte é um pequeno planeta frio e distante 56 milhões de quilômetros da Terra. Seu diâmetro é de apenas 6.800 km (a Terra tem 12.700 km) e seu período de translação é de 687 dias. Sua gravidade é tão baixa que uma pessoa que pesasse 70 kg na Terra pesaria apenas 27 km em Marte. Em sua atmosfera há muitas substâncias encontradas também em nosso planeta, como oxigênio, nitrogênio, argônio e uma diminuta quantidade de vapor de água. Mas 95% dela são compostos por dióxido de carbono, um gás tóxico para o homem. Sua superfície é caracterizada por grandes acidentes geográficos e dominada por fortes ventos, que chegam a mais de 200 km/h. O maior pico de Marte, o do Monte Olympus, tem 27.300 m de altura, sendo a maior montanha de todo o Sistema Solar. Para se ter idéia, o monte Everest, no Nepal, mede apenas 8.848 m. Fácil de ser distinguido no céu noturno, mesmo a olho nu, Marte sempre alimentou a esperança de que fosse habitado por seres inteligentes. Entre 1.877 e 1.890, o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli descobriu nele estranhas linhas escuras que saíam dos pólos e se espalhavam por todo o planeta. Na época, acreditava-se que tais canais haviam sido construídos por uma civilização inteligente, para buscar água de seus pólos e levá-la até as áreas imaginadas como sendo habitadas, onde era escassa. Quase um século depois, em 1.965, a sonda americana Mariner 4 sobrevoou o planeta enviando para a Terra imagens de um mundo inóspito, aparentemente inadequado para a vida. Será? O misterioso Planeta Vermelho continua despertando a curiosidade dos astrônomos, que não encontram respostas para muitas perguntas. Suas luas Phobos e Deimos, respectivamente com apenas 23 km e 10 km de diâmetro, por exemplo, possuem características tão estranhas que é difícil admiti-las como satélites naturais. Muitos pesquisadores de vida extraterrestre afirmam que são satélites artificiais, construídos por uma civilização que existiu em Marte há muitos anos e que agora está extinta. Menos fantasiosa, a grande maioria dos astrônomos sustenta que tais luas são ocas, o que explicaria seus estranhos movimentos. Desde 1.962, 19 missões não tripuladas, norte-americanas ou soviéticas, visitaram Marte, trazendo uma infinidade de informações sobre sua natureza e condições. Em 1.976, as sondas Viking 1 e Viking 2, dos EUA, pousaram na superfície do planeta e transmitiram fotos da área em volta. Analisaram o solo e a composição de sua atmosfera, levando os astrônomos a acreditar que lá já existiram rios e que ainda existe água sob a superfície do planeta. Sondas soviéticas também pousaram em Marte, fazendo descobertas semelhantes. Há evidências muito fortes de que há alguns milhões de anos o clima do planeta permitia o florescimento da vida. Tal teoria é assegurada inclusive pela própria Agência Espacial Norte-Americana (NASA). A tese ganhou força a partir de 1.996, quando cientistas e pesquisadores anunciaram ter descoberto fósseis orgânicos em um meteorito vindo de Marte que teria caído na Antártida há 13 mil anos, embora encontrado apenas em 1.984. Esta pedra formou-se, segundo acreditam os técnicos da agência, sobre a superfície de Marte e teria sido lançada ao espaço devido ao impacto de um asteróide. O meteorito não passa de um fragmento de pouco mais de dois quilos, batizado de Alan Hills 84001. Vagou por 56,3 milhões de quilômetros e foi atraído pelo campo gravitacional terrestre. "O que sabemos é que em algum determinado momento houve vida em Marte", revelou em agosto de 1.996 o administrador da NASA, Daniel Goldin. O primeiro cientista a imaginar que Marte tinha luas foi Johannes Kepler, em 1.610. Ao tentar resolver o anagrama de Galileu referente aos anéis de Saturno, Kepler pensou que Galileu houvesse, na verdade, descoberto luas ao redor de Marte. Em 1.643, o monge capuchinho Antonio Maria Shyrl declarou ter realmente visto as luas de Marte. Sabemos agora que isso seria impossível com o telescópio da época. Provavelmente, Shyrl deixou-se enganar por uma estrela nas proximidades do Sistema Solar. Já em 1.727, Jonathan Swift, em suas Viagens de Guliver, escreveu sobre duas pequenas luas em órbita do planeta, conhecidas dos astrônomos liliputianos. Seus períodos de revolução eram de 10 e 21,5 h. Essas luas foram, em 1.750, usadas por Voltaire em um de seus livros, Micrômegas, que conta a estória de um gigante de Sírio em visita ao nosso mundo. Em 1.774, o capitão alemão Kindermann declarou ter visto a lua - apenas uma! - de Marte, calculando seu período orbital como tendo 59 horas, 50 minutos e 6 segundos. Mas foi em 1.877 que Asaph Hall finalmente descobriu e catalogou Phobos e Deimos. O primeiro orbe está mais próximo do planeta que orbita do que qualquer outra lua do Sistema Solar, a menos de 6.000 km acima da superfície de Marte. E é uma das menores luas que conhecemos. Na mitologia grega, Phobos é um dos filhos de Ares (Marte) e Afrodite (Vênus). Seu nome significa medo em grego, de onde vem a raiz de fobia. O satélite foi pela primeira vez fotografado com precisão pela sonda Viking 1, em 1.977, que descobriu tratar-se de um satélite condenado. Pelo fato de sua órbita estar abaixo da altitude sincrônica, as forças de maré o estão atraindo em direção a Marte. Em menos de 100 milhões de anos ele ou se fragmentará, transformando-se em um anel, ou colidirá com o planeta. Já Deimos é o menor e o mais exterior dos satélites de Marte, sendo também a menor lua conhecida do Sistema Solar. Na mitologia grega, é outro dos filhos de Ares e Afrodite. Seu nome significa pânico em grego. Acredita-se que, juntamente com Phobos, Deimos tenha sido um asteróide capturado pela gravidade do planeta. Cientistas crêem que ambos os satélites possam ser úteis no futuro como estações espaciais, de onde se poderia estudar Marte, ou como paradas intermediárias nas viagens de ida e volta à superfície marciana. Como se vê, o quarto planeta do Sistema Solar e suas luas são tema de fascínio para a Humanidade. Tal deslumbre remonta aos tempos mitológicos, na antiga Grécia, onde Marte era Ares e considerado deus da guerra. Conforme Hesíodo, o planeta era filho de Júpiter e de Juno. Juno, invejosa de ter Júpiter tirado Minerva de seu cérebro, quis imitar a façanha e produzir um filho sem o concurso de seu esposo ou de qualquer outro homem. Resolveu dirigir-se ao Oriente, a fim de aí encontrar os meios propícios para tal. Fatigada do caminho, sentou-se ao pé do templo da deusa Flora, que lhe perguntou a causa da sua viagem. A deusa, ouvindo seu desejo, mostrou-lhe uma flor maravilhosa, a qual, pelo simples contato, fecundava qualquer mulher, sem o auxílio de homens. Foi assim que surgia a luz à Marte, que foi confiado a Dáctilos, árbitro dos combates. Ainda de acordo com a mitologia grega, Marte teve inúmeras amantes, mas amava sobretudo Vênus, esposa de Vulcano, que os apanhou em pleno adultério. E teve inúmeros filhos. É o deus da guerra feroz, sangrenta e brutal, ao passo que Minerva é a deusa da guerra estratégica, hábil e inteligente. Os gregos não o veneravam e dizem ser odiado pelas próprias divindades. Os romanos, porém, prestaram-lhe culto excepcional, chegando a ser um deus nacional. Era o pai de Rômulo e Remo, ligados a fundação de Roma. Dizem que sua voz era mais estridente que a de dez mil homens. Os únicos imortais que apreciavam sua companhia eram Éris, a deusa da discórdia, e a amorosa Afrodite, que teve três filhos seus, entre os quais Phobos (medo) e Deimos (terror). Esta ligação também produziu um dos maiores escândalos do Monte Olimpo quando Hefesto, o marido traído por Afrodite, os surpreendeu juntos e os prendeu numa fina rede de bronze, de modo a que todos os deuses pudessem rir de tão obsceno espetáculo. Alguns autores afirmam que as formidáveis Amazonas eram filhas de Ares. Também na ficção científica Marte aparece de forma intensa. O episódio mais conhecido é o que deu origem ao filme Guerra dos Mundos. No dia 30 de outubro de 1.938, a rádio CBS e suas afiliadas de costa a costa nos Estados Unidos transmitiram a notícia do que seria uma invasão de marcianos. Segundo o escritor inglês H. G. Wells, centenas de marcianos teriam chegado em suas naves numa pequena cidade de New Jersey chamada Grover's Mill. Era uma brincadeira, literalmente, mas gerou um pânico gigantesco naquele país. Os méritos da adaptação, produção e direção do programa foram para sempre creditados ao então jovem e quase desconhecido ator e diretor de cinema norte-americano Orson Welles. Sessenta e dois anos depois, a ousadia ainda fascina, e a estória do rádio passou a ter um antes e um depois... O programa foi ao ar na véspera do Dia das Bruxas daquele ano. Usou-se somente sons especiais para dramatizar a tal invasão de marcianos sob a forma de uma cobertura jornalística. Todas as características do radiojornalismo usadas na época - as quais os ouvintes estavam habituados - se faziam presentes na reportagem. Tomadas externas, entrevistas com testemunhas, opiniões de especialistas e autoridades, gritos, a emotividade dos envolvidos, inclusive dos pretensos repórteres e comentaristas, davam a impressão de que um fato legítimo estava indo ao ar em edição extraordinária. A CBS calculou na época que o programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas, das quais metade passaram a sintonizá-lo quando já havia começado, perdendo a introdução que informava tratar-se de uma brincadeira. Marte fascina, mas também aterroriza. Pelo menos 1,2 milhão de pessoas tomaram a dramatização como fato, acreditando que estavam mesmo acompanhando uma reportagem extraordinária. Desses, imensa quantidade de gente entrou em pânico, agindo de forma a confirmar os fatos que estavam sendo narrados: sobrecarga de linhas telefônicas, aglomerações nas ruas e congestionamentos de trânsito provocados por ouvintes apavorados tentando fugir. O medo paralisou três cidades e o pânico ocorreu principalmente em localidades próximas a Nova Jersey. Houve fuga em massa e reações desesperadas de moradores de Newark e Nova York, que sofreram a invasão virtual dos marcianos da história. Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos, foi a manchete do jornal Daily News de 01 de novembro daquele ano. Em anos e décadas seguintes, experiências em rádio e, mais tarde, também em tevês reproduziram o que Welles preconizou: a população terrestre ainda não está preparada para saber com certeza que seres de outros mundos visitam nosso planeta, como ocorre com os UFOs. Muito menos que pretendem invadir-nos. Mas há muita gente nesse universo de quase 6 bilhões de seres humanos que pensam diferente. Um grupo muito especial é composto por seguidores da doutrina espírita, para quem Marte é objeto de extrema importância. Segundo muitos autores espíritas, o planeta é um mundo habitado por uma civilização muitíssimo mais evoluída que a terrestre. Lá não existiriam doenças ou crimes, e nem animosidades entre seus residentes. Segundo segmentos da doutrina, a aparência física dos marcianos assemelha-se muito à terrestre, diferindo apenas pelo aspecto predominantemente louro e pela ausência de rugas e marcas de expressão. Grupos de estudos espíritas em todo o mundo, principalmente no Brasil, sustentam que os habitantes de Marte possuem também leves protuberâncias abaixo dos braços, ao nível dos omoplatas. Tais saliências os ajudariam a andar sobre o solo marciano, cuja gravidade se faz bem menor que a da Terra. A vegetação do planeta seria também bastante assemelhada à nossa, variando apenas na coloração das folhas das árvores, levemente avermelhadas. O transporte de marcianos seria feito quase que essencialmente pelo ar, em aparelhos que lembram carros modernos terrestres de linhas arredondadas. Ainda de acordo com o que a doutrina espírita apregoa, a população de Marte seria composta de homens e mulheres em estado de evolução já desprendido das vicissitudes da matéria. Apesar da Ciência acreditar em vida apenas microbiana em Marte, os espíritas imaginam que não tardará para ocorrer um contato efetivo, via ondas de televisão, do povo marciano com a população terrestre. Este contato teria a finalidade de ensinar-nos correção moral, especialmente em virtude dos acontecimentos funestos previstos para o fim do atual século. Esse é o âmago das crenças espíritas: por ser imensamente mais evoluída que a da Terra, a civilização de Marte será de grande auxílio para nós no futuro - principalmente porque ambos os planetas são considerados como gêmeos por muitos autores. No entanto, o contato entre as civilizações marciana e terrestre ainda não teria sido efetivado em virtude de as entidades que nos governam impedirem sua realização, por consideram que ainda é cedo para tal contato. Os habitantes de Marte se preocupariam com os destinos da Humanidade terrestre, por ser ela a mais atrasada dos planetas do Sistema Solar. Ousados autores que seguem tal teoria acreditam que os marcianos possuem toda nossa população recenseada, assim como toda cartografia terrestre registrada. Defendem que nossos vizinhos planetários teriam acesso à História terrestre, assim como às transmissões de televisão e rádio que veiculamos, que usam como fontes de estudo. Inverossímil? Com certeza, pelo menos para os mais ortodoxos. Para estes, aliás, a descrição de como seria a vida em Marte pode parecer ridícula. Porém, também foi considerado ridículo Galileu Galilei, quando cogitou o sistema heliocêntrico em detrimento do sistema geocêntrico de rotação do Sistema Solar, em vigência até então.Assim como diversos outros mártires científicos que foram ridicularizados ao afirmar teorias novas em oposição a antigas. Tudo por falta de visão dos mesmos que ridicularizaram. Uma das fontes mais inspiradoras para os defensores da vida em Marte seria o espírito Ramatis, que transmitiu ensinamentos aos médiuns Francisco Xavier e Hercílio Maes. Este último, em 1.955, publicou a obra que é considera uma Bíblia sobre o assunto, A Vida no Planeta Marte, que recebeu várias edições desde seu lançamento. Ramatis garante que a Ciência terrestre só tomará conhecimento da civilização marciana às vésperas dos acontecimentos expurgativos previstos para muito breve. Enquanto muitos estudiosos de Ufologia defendem que tudo isso não passa de ilusão, o curioso é que tanto Chico quanto Maes receberam informações idênticas sobre Marte por vias mediúnicas, inexplicavelmente. Ambos alegam que uma avançada civilização espiritual de elevadíssimo grau de evolução resida naquele planeta, e seria responsável por muitas das visitas dos chamados discos voadores à Terra. Ramatis seria um ente iluminado na hierarquia da doutrina espírita, tendo parte de sua existência vivido em Marte. Sua obra foi por muitas décadas estimulante para o surgimento de teorias sobre a origem e natureza dos seres extraterrestres que nos visitam. Quando a NASA enviou suas sondas ao Planeta Vermelho, e estas transmitiram fotos do que pareceram pirâmides e até uma esfinge, semelhantes ao que existe no Egito, os seguidores de Ramatis se entusiasmaram - estaria provado que o que o espírito de luz apregoara. Mas os estudiosos viram nas tais pirâmides e na esfinge apenas restos de uma civilização. Ou seja: quem que as tivesse construído, o fez há milhões de anos e não faz manutenção nos monumentos desde então. Estaria extinta a população residente de Marte. Os marcianos são seres em corpo sutil, em forma de energia e sem matéria, e defendem os persistentes espíritas. Pode ser, mas o que se crê mesmo é que os marcianos tenham fugido de seu planeta ao perceberem que algo os atingiria em cheio, talvez um asteróide, talvez a explosão de um quinto planeta, que existiria entre Marte e Júpiter e que teria se transformado no cinturão de asteróides. Se essa hipótese for aceita, uma explosão como a que se descreve seria suficiente para inviabilizar a vida em Marte, cujos habitantes, já imensamente avançados mesmo há milhões de anos, teriam migrado para outro corpo do Sistema Solar. A Terra? Especulações à parte, A Vida no Planeta Marte acaba de ser relançado, reabrindo a polêmica que atiça, de um lado, os cientistas que crêem que o planeta abrigou vida inteligente e, de outro, os espiritualistas e esotéricos que acreditam que a vida naquele mundo não seja material. Para comprovar uma ou outra teoria, ainda temos um longo caminho pela frente. Ainda assim, ufólogos de todo o mundo consideram que Marte pode ser de fato a origem de muitos discos voadores vistos por aqui. Sustentam que provêm de nosso vizinho planetário e que vêm aqui principalmente para estudar nossa Humanidade, com que pretendem ou terão que se relacionar no futuro. Mas nem todos os UFOs que são avistados são provenientes do Planeta Vermelho, admitem os espíritas. Muitos provêm de outros orbes. Ramatis informa que uma viagem de Marte à Terra nas enormes espaçonaves marcianas, de quase 500 m de comprimento, não dura mais do que uma semana. "No entanto, o que os terráqueos avistam em seus céus são apenas 'naves de reconhecimento' ou de 'alta gravidade'", explica. Estes objetos seriam pequenos bólidos que servem apenas para explorar o planeta dentro de sua gravidade. Mas, se realmente existe vida superior em Marte, por que não conseguimos encontrá-la quando lá pousaram as sondas russas e norte-americanas? Os espíritas explicam que as imagens desérticas fornecidas por tais sondas e estampadas na Imprensa mundial são manipulações holográficas, feitas pelos marcianos. Eles teriam feito isso para proteger-se da belicosa civilização terráquea. Se a versão original de A Vida no Planeta Marte já atraiu milhares de leitores, espera-se que a edição renovada repita o feito. Entretanto, entre um lançamento e outro se passaram 45 anos, o suficiente para que as coisas na Terra mudassem radicalmente. Hoje, as próprias correntes espíritas que admitem vida não física em diversos orbes do Sistema Solar têm forma totalmente diferente de ver a questão marciana. A doutrina espírita se modificou e tornou-se mais moderna, incorporada por conceitos oriundos de segmentos da Ciência menos ortodoxos e mais vanguardistas. Nesse contexto estão evidentemente incluídas as últimas descobertas feitas pela NASA sobre os monumentos na superfície do planeta, que vazaram de seus secretíssimos arquivos. Algumas teorias levantadas sobre a origem e natureza do que seria a civilização marciana são bastante interessantes. Mesmo assim, Marte suscita mais desconfianças do que certeza. Um passeio pela literatura confiável a respeito mostra que os astrólogos sempre se referem ao planeta como tendo influência bélica sobre os terrestres. Será possível? Segundo a literatura espírita, os marcianos, como portadores de um estado moral mais evoluído, têm também alta tecnologia, que poderia ser usada como arma de dominação e guerra se estivesse em nossas mãos. Isso parece ser o bastante para se repelir os marcianos, que aparentemente anseiam por ajudar-nos mais diretamente. Atualmente, tal ajuda tem sido mais magnética ou missionária, através do reencarne de alguns deles entre nós, garantem os estudiosos do assunto. Mas se a Astrologia descreve há séculos a influência provinda de Marte como belicosa, Ramatis explica que quando os dois planetas estão mais próximos, os marcianos precisam se proteger da influência magnética desagradável que a Terra proporciona. Sendo assim, utilizam uma espécie de escudo que acaba refletindo de volta a irradiação belicosa terráquea. Esta proteção seria necessária porque muitos dos aparelhos e da tecnologia básica utilizada naquele orbe é de manipulação magnética, que sofreria interferência prejudicial com a aproximação das irradiações terráqueas. Ainda assim, não há provas que sustentem tais informações. Os projetos Pathfinder e Surveyor, da NASA, e as antigas fotos de outras sondas que foram ao planeta o descrevem como um planeta árido, frio e morto. Não se achou nenhuma única evidência de vida ativa neste momento lá, pelo mesmo é o que assegura a agência espacial. Por isso, fica no ar a pergunta: será que os marcianos vão se deixar fotografar algum dia? Mas o Espiritismo não é a única filosofia a ver em Marte uma fonte inesgotável de inspiração. Adeptos do Holismo também têm no orbe uma motivação para suas crenças. Segundo os chamados canalizadores ou contatados, em mensagens recebidas, naquele planeta não há fome, guerra, violência ou doenças. Sua civilização dedicar-se-ia especialmente à área científica e médica. Para holistas, o retrato falado de um marciano revela um ser longilíneo, de orelhas pontudas, maçãs do rosto salientes e às vezes um pouco de cabelo, podendo facilmente ser confundidos com um humano terrestre. Mas as semelhanças entre nós os marcianos se encerram aí. "Existem muitas diferenças entre os ideais terrenos e os dos marcianos: a Humanidade da Terra anseia pela libertação do sofrimento e do trabalho obrigatório, de que ainda tanto necessita, a fim de desenvolver as faculdades criadoras. Há de sofrer o processo compulsório de uma purificação pela dor", afirma Bashar, o canal norte-americano mais conhecido e respeitado. De acordo com tais preceitos, a coletividade marciana, ajustada aos preceitos de uma vida equilibrada e consciente de todas as obrigações evolucionárias, dispensa a pedagogia do sofrimento e aceita o trabalho na forma de missão educativa - levada inclusive a outros orbes em condições evolutivas inferiores. "Aquilo que o habitante da Terra considera um sonho venturoso, o marciano já usufrui na sua existência de paz e alegria", finaliza Bashar. Utopia? Pode ser, mas há muita gente que crê nesta filosofia. Enfim, abordada sob os mais diversos aspectos e conjecturas, uma possível forma de vida em Marte nos atrai o interesse. A influência deste corpo celeste é inegável. Para se ter mais uma idéia, Cairo, a capital do Egito, é escrita em árabe como El Kaher, que significa neste mesmo idioma o planeta Marte. Simples coincidência? Talvez, mas um fato é inegável. Há muito mais perguntas do que respostas a respeito do Planeta Vermelho. Por que os hemisférios norte e sul de Marte são tão diferentes entre si? O que exatamente causou os padrões de erosão que se parecem tanto canais na superfície marciana? O que são as misteriosas construções da Planície Cydonia? Se são pirâmides de fato, por que estão numa região daquele planeta correspondente ao Egito, no nosso? Quem as construiu e por quê? Deixamos a conclusão por conta dos leitores

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