sábado, 2 de fevereiro de 2008

O MENSAGEIRO DO ALÉM: RAMATIS

Ramatis é um espírito ligado a grupos iniciáticos indus e chineses, que se identifica como espiritualista e teve grande influência sobre vários espíritas brasileiros, especialmente o médium curitibano Hercílio Maes. É de Ramatís a idéia de que a virada do milênio seria marcada por grandes transformações fisícas na Terra, gerando imensos cataclismas. Essas transformações seriam provocadas pela aproximação de um planeta em fase evolutiva bem mais primitiva que a nossa e que atuaria como um "astro higienizador", atraindo os elementos espirituais que lhe tivessem afinidadepenas dois sensitivos no Brasil, até hoje, receberam o aval da chamada Espiritualidade Superior para transmitir mensagens sobre a verdadeira natureza da suposta civilização marciana: Francisco Xavier e Hercílio Maes. Ambos são renomados personagens do Espiritismo em nosso país e canalizaram informações basicamente idênticas. Ramatis seria a principal fonte destes dados, um espírito evoluído que teria vivido em Marte. Algumas de suas transmissões mediúnicas têm conteúdo chocante para o ceticismo dos terráqueos. O ser informa que uma avançada civilização espiritual e materialmente estável habita o Planeta Vermelho e nos conhece perfeitamente. Tais seres nos visitariam há décadas, sendo responsáveis por boa parte dos UFOs observados até hoje. Ramatis vai além. Na obra A Vida no Planeta Marte, ditada por ele a Hercílio Maes, não se restringe a descrever como seria a civilização marciana. A obra, revolucionária, transporta o leitor para o que seria o quotidiano de nossos vizinhos planetários, detalhando como são suas cidades de fantástica beleza, a arquitetura que lá vigora, os meios de transporte marcianos e seu avançado sistema de governo. Maes fez das transmissões de Ramatis uma obra atraente e curiosíssima. Através dela é possível divagar sobre como seria o dia-a-dia dos habitantes de Marte, seus usos e costumes, educação e lazer, esportes e estrutura social. É evidente, no entanto, que tudo isso se choca de frente com as certezas cientificas que já se têm sobre o planeta - e mesmo com as especulações de cientistas menos ortodoxos. "A idéia de que há seres semelhantes a humanos em Marte é absurda", diz Mark Carlotto, ex-funcionário da NASA que hoje luta para que a agência abra seus arquivos secretos sobre o assunto. "Não podemos pensar em formas de vida em Marte usando nossa lógica cartesiana. Se ela existir, deverá ser muito diferente de como imaginamos", informa Eustáquio Andrea Patounas, presidente da Sociedade de Estudos Extraterrestres (SOCEX). A disputa é acirrada, mas em termos de beleza literária, pelo menos, Ramatis ganha. Ele nos descreve, através de Maes, a intimidade dos lares marcianos, para que possamos saber como se vestem e alimentam, como se relacionam entre si e como vivem em família. Imaginar famílias marcianas pode ser um exagero gritante, mas não deixa de ser um exercício mental desafiador. Como também é um desafio supor as fontes de energia que mantém o Planeta Vermelho funcionando, caso haja mesmo uma civilização em sua superfície, ainda que em estado não material. Sobre isso, Ramatis descreve como é gerada a energia motriz superavançada que movimenta a vida dos marcianos। Neste aspecto, fala sobre o funcionamento e capacidade das naves espaciais e suas viagens interplanetárias. E garante: "Marte é um grau sideral à vossa vanguarda e é, também, a vossa futura realidade espiritual". Quanto às imagens de um planeta árido e desértico fornecidas pelas sondas espaciais russas e norte-americanas, os seguidores de Ramatis lembram que, para uma avançada ciência, como seria a marciana, não constituiria dificuldade alguma manipular as emissões feitas pelas sondas. Um simples holograma poderia criar realidades virtuais insuspeitadas aos terrestres, para que se pudesse preservar a paz que reina em Marte, protegendo sua civilização da beligerância terrestre. A obra A Vida no Planeta Marte influenciou gerações de ufólogos e de espíritas, e durante várias décadas produziu uma intersecção entre esses dois universos de leitores Lançada em 1.955 e recolocada em inúmeras edições até então, agora o livro recebe uma versão moderna, a cargo da Editora do Conhecimento, de Limeira (SP). Se na década de 50 e 60 se tinha uma idéia bem menos precisa de como seria Marte, sob olhos científicos, hoje já conhecemos bastante sobre o planeta - o suficiente para que a obra de Ramatis produza ainda mais polêmica em pleno SÉCULO क्स्क्सी.

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