Porque Sofremos?

Muitas vezes nos sentimos desanimados e fraquejamos frente às adversidades que a vida coloca em nosso caminho, muitas vezes sentimos medo, ficamos sem chão, como se o mundo desmoronasse a nossa volta. São tantas as batalhas do dia a dia, muitas vezes temos que enfrentar a nós mesmos e fazer coisas que nos desgostam, mas que são necessárias. Como fazer para ser feliz? Porque existe tanto sofrimento? Existem tantas coisas que nos fazem sofrer...Uma preocupação, a insegurança, nossa saúde, a doença de um ente querido, o desrespeito, a falta de harmonia, a possível perda de um emprego, o emprego que nos desagrada, insatisfação, o futuro de um filho...São tantas as coisas que nos fazem sofrer que me sinto incapaz de descreve-las. Onde encontrar respostas para tanta dor? Onde podemos nos apoiar? Diz o ditado popular que Deus não nos da um fardo maior do que possamos carregar. Isso pressupõe que por mais doloroso que esse fardo seja ele é suportável, que temos a capacidade de lidar com ele, superar, tirar alguma lição. Muitos caminhos dizem que estamos nessa vida para aprender e que as lições que tiramos do que nos acontece no dia a dia nos ajudam em nosso crescimento espiritual Assim sendo, se o sofrimento é algo inevitável, devemos buscar a maneira mais sensata de conviver com ele. Gautama Siddartha, o Buda, depois de passar vários anos de sua vida em meditação, resumiu todo o problema do sofrimento humano nas Quatro Verdades Nobres, que dizem o seguinte: 1- A vida do homem é essencialmente sofrimento, 2- A causa desse sofrimento é a ilusão em que vive o homem identificando-se com o seu ego periférico (personalidade) 3- A abolição do sofrimento doentio está no conhecimento da verdade sobre o seu Eu central 4- O método para passar da ilusão do ego a verdade do Eu é a meditação. Huberto Rohdem disse: “O sofrimento sadio está a serviço da integridade e evolução do corpo. Se um ferimento não causasse dor, nenhum organismo existiria sem lesões corporais. Na humanidade aparece um novo motivo de sofrência, que não visa apenas o corpo, mas a realização do homem integral. O homem é um ser realizável, mas não realizado. Essa transição ascensional do menos para o mais implica em sofrência, num sofrimento sadio e evolutivo. Se não houvesse sofrimento na humanidade, haveria eterna estagnação, ou até involução. Mas as leis cósmicas do Universo exigem imperiosamente evolução”. Em seu Livro – Porque Sofremos – Huberto Rohden fala em três tipos de sofrimento: - Sofrimento evolutivo que abrange toda a natureza dos seres vivos; - Sofrimento débito que pode ser por culpa própria ou por culpa alheia, ou seja, substitutivo e que é próprio da humanidade; - Sofrimento Crédito, que serve para realizar mais plenamente o Eu espiritual. Rohden afirma que temos que aprender a diferenciar Gozo e sofrimento que são coisas que nos acontecem, da felicidade ou infelicidade que é aquilo que nós somos. Talvez um dia possamos dizer como Paulo de Tarso: “Eu exulto de júbilo no meio de todas as minhas tribulações”. Essa afirmação só é possível através do auto-conhecimento e da auto-realização. “O maior serviço que podeis prestar a humanidade é a vossa própria auto-realização”. Ramana Maharshi